segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Quando Nasce uma Paixão?

Pequena homenagem ao meu Corinthians


Quando Dante tinha 8 anos de idade conheceu Beatriz e foi seu amor pelo resto da vida, ele foi ao inferno atravessou todos os círculos,passou pelo purgatório apenas para vê-la no Paraíso, uma paixão que não se explica, apenas acontece.


Por uma coincidência poética, Eu também tinha 8 anos e morava em Bela Cruz, nos confins do Ceará e numa noite,13 de Outubro de 1977, vi uma aglomeração reunida em frente a pequena TV preto e branco, da praça pública, disputando espaço homens e mulheres simples naquela aparelho que emitia  algo que parecia imagem em meio a chiados e lista pretas. Era inaudível e pouco se via, mas aquele povo lá, tenso tentando ver e ouvir algo despertou minha curiosidade

Era muito pequeno não entendia nada do que acontecia, o certo é que lá pelas tantas a praça irrompeu-se em uma alegria que nunca vira na minha pouca idade, gente se abraçando gritando, foguetes estourando naquele povoado simples e os mais gaiatos ligando os motores de jipes e fusquinhas saíram em carreata. Ali nasceu meu maior amor da vida, nem sabia bem os porquês de tudo aquilo, mas aquela paixão me invadiu e fui batizado pela religião, fé e coragem algo tão abstrato como concreto chamado: Corinthians.

Estas lembranças 33 anos depois e agora prestes de completar 100 anos renovam o coração e a alma, a complexidade deste sentimento incomum de escolher um amor para toda vida é intrigante e inexplicável, vivi muitas coisas emocionantes, grandes vitórias, amargas derrotas, mas jamais o amor e paixão diminuíram. Entrar no Pacaembu ainda me faz ficar arrepiado, ver aquele povo todo reunido: ricos, pobres, brancos, pretos, Cristãos, Ateus, judeus, palestinos. Mas ali dentro todos nós somos apenas um, somos Corinthians, nossa Vida, Nossa História, Nosso AMOR. Só quem é sabe o que é ser parte deste sentimento.

Obrigado CORINTHIANS por tudo que você me faz.

República Popular do Corinthians


(Publicado originalmente no Blog do Menon http://blogdomenon.blogspot.com/ )

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Tempestade (W Shakespeare)





"Somos da mesma substância que os sonhos."(ato IV,cena I)





Tema: Comédia (Traição, Vingança e Magia)

O Livro


Próspero, Duque de Milão, era um homem muito estudioso que muitas vezes preferia livros à administrar a cidade. Aproveitando-se de sua passividade, seu irmão Antonio conspira contra ele em aliança a Alonso, rei de Nápoles. A empreitada é exitosa e eles derrubam Próspero do poder e o deportam, com a ajuda do fiel Gonçalo consegue levar consigo seus maiores bens os Livros e a pequena filha, Miranda, de 3 anos.

Próspero chega a uma pequena ilha cheia de magias que é dominada pela Bruxa Sicorax, porém com bastante esperteza e ajuda de seus livros ele a derrota, liberta Ariel, um espírito do ar, ente mágico que voa e passa a criar o monstruoso Calibã, filho da bruxa. Calibã quando adulto tenta estuprar Miranda, sendo castigado com expulsão do convívio da casa e tornando-se escravo de Próspero.

Muito tempo depois Próspero dominando poderes mágicos adquiridos com suas leituras provoca uma tempestade que causa o naufrágio do barco do Rei de Nápoles, que voltava da África, vindo do casamento de sua filha. No barco estavam Antonio, o traidor irmão, Ferdinando filho do rei de Nápoles e velho amigo Gonçalo.

Com a ajuda de Ariel, Ferdinando chega a casa de Próspero e logo se apaixona por Miranda, que lhe corresponde ao amor. Próspero finge não querer o romance. Os outros náufragos passam a vagar pela ilha sem esperança, Próspero vai manipulando a situação preparando o encontro final.

Comentário sobre o Livro

Este texto foi um fichamento que fiz em 1992, tinha a boa mania de ler e resumir livros, como não existia blog eu escrevia à mão e repassava para alguns amigos incentivando-os a lerem. Do Shakespeare fichei quase todos seus escritos, bons tempos aquele. Este Livro diz muito sobre quem ama literatura, arte, fala diretamente sobre tudo que estou sentindo e passando.

Esta ilha de magia foi o último trabalho de Shakespeare é uma espécie de redenção, pois foi escrito depois de uma longa seqüência de terríveis tragédias, ele escreve uma fantasia lindíssima, onde Próspero é o próprio autor encarnado na estória, que se reconciliará com seus inimigos. Preste atenção as falas, a poética, talvez as mais doces e belas escritas pelo bardo.


A tempestade é uma obra muito revisitada tanto no cinema como na música, Peter Greenaway fez uma bela versão chamada “Prospero's Books” muito interessante ambientação e modo de ver o livro.


Na música Legião Urbana fez um disco em homenagem a peça.


Recentemente o Angra lançou também um disco conceitual cujo tema é este livro.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Revista Época: ou o tiro que saiu pela culatra







Fomos surpreendidos na madrugada do sábado com a chegada as bancas da edição semanal da Revista Época, das Organizações Globo. Sabíamos do alto grau de vilania desta organização, talvez a que mais tenha se beneficiado da Ditadura, deram um mergulho sem volta ao passado, de forma vil e covarde na tentativa desesperada de salvar seu candidato José Serra que vai de serra a baixo.

Enquanto Dilma e tantos companheiros morreram ou foram torturados barbaramente, Roberto Marinho (GLOBO) enriquecia com Governo Militar, recebeu a missão de servir como propagandista dos valores da Ditadura transmitidos via Jornal Nacional e os programas globais. Este Monstro, a Globo, foi gestada e depois alimentada no seio da Ditadura, hoje trasveste-se de independente, Reavivemos a memória em respeito aos que tombaram naquela luta desigual.

Muitos questionam a luta armada, mas não nos cabe julgá-los com os olhos de hoje, mas refletir sob quais condições eles foram para luta. Fácil hoje, como faz Gabeira, um renegado, de achar que todos eram tolos, eles foram heróis deram o bom combate e se hoje falamos o que queremos devemos isto a eles.

Criação de um Ícone


Revista Época criou a imagem Iconoclasta antifascista quando tentou destruir Dilma, nos deu a imagem perfeita de nossa luta. Temos q agradecer imagem da @dilmabr guerreira, pois teve efeito contrário ao desejado, nos apaixonamos mais pela Mulher, reforçou nossa convicção na sua candidatura, Se algum combatente da democracia, justiça social ainda tinha dúvida em relação à @dilmabr a capa da Época dissipou-a. Somos Todos Guerreiros.

Época/Globo/Serra queriam provocar MEDO com a reportagem, despertou PAIXÃO... Além de espalhar de forma "viral" a campanha de @dilmabr. Desespero de Serra e seus aliados: não passarão. Dilma não se curvará diante desta campanha fascista... Fizeram um decálogo de dúvida sobre Dilma.. Nós faremos um decálogo das certezas das relações promíscuas GLOBO e Ditadura Militar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

“Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”

Outro dia no twitter debatemos sobre a questão do Irã, em relevo a questão do apedrejamento, pude notar o senso comum arraigado, imposto e difundido. Muitas vezes não nos damos o trabalho de reflexão, e apenas repetimos as frases feitas e os preconceitos estabelecidos. Óbvio que não concordamos com o apedrejamento ou qualquer forma de pena de morte, ainda em vigor em muitos países, inclusive os EUA e China, não havendo qualquer diferenciação ideológica na aplicação da pena.

Mas por que a questão do apedrejamento virou foco central? É que, quem acusa o Irã, é um país que jamais viola os Direitos Humanos, ou por acaso os Americanos não matem Guantánamo e até outro dia tinha Abu Garabi? como somos civilizados, né?

Mas a civilização ocidental faz bem pouco tempo queimava as "bruxas" em fogueiras para que purgassem seus pecados. Ou quantos silêncios obséquio impôs o Santo Ofício? Galileu, Giovanni Bruno(acabou queimado por recusar o silêncio), recentemente Leonardo Boff foi proibido de ensinar ou dar palestras como forma de mater silêncio sobre a Teologia da Libertação. Mas saudamos com justiça o heroísmo de Salman Rushdie por enfrentar a fúria dos aiatolás.

Porque presidente do Irã é o monstro da vez e Bush/Obama são heróis?ok, eles matam "terroristas" e "protegem" o mundo "Livre". Por que para cada morto no WTC EUA matou 100, na imensa maioria execução sumária, e não vejo indignação do Serra e seu acólitos da mídia?Quantos milhares de iraquianos e afegãos estão sendo mortos por não aceitarem presença americana e só temos o silêncio ensurdecedor?

Algumas observações sobre a surrada tática de criar “demônios” e eixos do mal:

1)Demonizar é uma arte típica dos cristãos, o daemon não tinha esta conotação na Grécia/Roma antiga,aliás Hades/Infernum( a mansão dos mortos) era apenas um plano na cosmogonia Greco-romana;

2) No prórpio "Credo",está escrito que Jesus desceu  "Mansão dos mortos"(hades/Infernum), mas nós cristãos resolvemos criar o medo,o demônio,pecado e a culpa;

3)pós-Cristo,houve sincretismo religioso,absorvemos cultos pagãos e "aprofundamos" a noção de culpa e pecado,e a prática maniqueísta do bem/mal;

4)Desta cultura religiosa trouxemos para vida privada e amplamente nas relações sociais e políticas.Demonizem seus "inimigos" mais fácil destruí-los,virou norma comportamental e regra política;

5) Assim fizemos na idade média com os judeus,com os mulçumanos. Depois com os reformistas, hereges e qualquer um que ameaçasse a nossa fé católica em cristo;

6) Hitler usou sua máquina para demonizar e dizimar os judeus, ciganos,comunistas;

7) Americanos hoje apenas usam deste artifício "pedagógico"para identificar o "mal. Reagan cunhou a frase do “Império do Mal”sobre a combalida URSS;

8) Hoje Osama Bin Laden é o mal,em 1980 era um príncipe herói financiado pela CIA para destruir o "Mal" do império Soviético;

9) Saddam foi também herói em 1980, recebeu armas e suporte para fazer guerra ao "Mal": os iranianos dos Aiatolás(com poder sob o “nosso” petróleo);

10)Puxa em 1991 Saddam virou "Mal",já não nos serve mais no Iraque.

Será q somos tão tolos assim?Os inimigos dos USA são também os nossos inimigos, por quê?

Teria ainda dezenas de exemplos desta manipulação desta demonização como forma de luta na história, mas na sociedade de ampla informação não podemos aceitar estas coisas sem pelo menos questionar.