quinta-feira, 25 de novembro de 2010

#AmoRio : Declaração de Amor ao Rio de Janeiro

Ainda estava nervoso com aquele barulho da turbina do Boeing da VASP, afinal era primeira vez que andava de avião, era madrugada, a viagem longa de Fortaleza até lá, mas eis que olho aquele amanhecer, a “aurora de dedos róseos” (Homero) começa a surgir e  mais abaixo à indescritível emoção de ver o senhor de braços abertos, até hoje, como agora, choro de emoção: Rio de Janeiro. Fevereiro de 1989, inesquecível.


Dali em diante tudo se tornou suave, sublime, avião pousa, era a segunda vez que ia ao Rio de Janeiro, mas ver toda aquela beleza de cima foi de tirar o fôlego e para sempre amar a cidade, seu povo feliz, caloroso, gozador por natureza. Todos os estereótipos sobre o Rio caem quando você olha aquela imensa beleza da exuberante cidade.

Desde 89 quando mudei-me para São Paulo tive a sorte de ir muito ao Rio, a trabalho incontáveis vezes, descermos no Santos Dumont atravessando a Guanabara ou circulando por cima do Pão de Açúcar sempre me seguro para não bater palmas e agradecer tudo que vejo. Aquilo revigora a alma do mais insensível dos homens.

Rio de Janeiro sintetiza o Brasil, sua beleza, a doçura de seu povo, o encontro e desencontro das raças, a luta de classe, o apartheid social, as neuras, o glamour, os sonhos possíveis e impossíveis. A glória do passado de capital, de centro político, estético, criativo. Presente de se reconstruir manter a identidade, combater erros históricos, incluir os esquecidos, resgatar a pujança econômica, voltar a ser centro cultural, artístico e esportivo do Brasil.

Sou otimista incorrigível certeza de irei mais e mais vezes ao Rio de Janeiro, como sempre fui, sem ter medo, sem me deixa impressionar com imagens insistentemente feitas não para melhorar, mas com intuito de denegrir o que a cidade tem de melhor.

Neste momento de tensão lembro-me de Noel Rosa, Tom Jobim, Chico (Paulista-carioca) Buarque, Vinicius de Moraes, Cartola, Clara (mineira-carioca) Nunes, Nana Caymmi, Tim Maia, Jorge Benjor, Garrincha, Zico, Romário e tantos outros gênios que cantaram e encantaram o Brasil e tiveram o Rio como seu palco.


Samba do Avião



Tom Jobim


Composição: Antônio Carlos Jobim





Eparrê
Aroeira beira de mar
Canôa Salve Deus e Tiago e Humaitá
Eta, costão de pedra dos home brabo do mar
Eh, Xangô, vê se me ajuda a chegar

Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Copacabana, Copacabana

Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Pousar...