segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O Prometeu Acorrentado - Resenha e Análise

O Prometeu Acorrentado

Ésquilo




Tema: Tragédia. Traição. Autoritarismo e Esperança

Resumo: O Titã Prometeu, ajudou  Zeus a subir ao Trono dos deuses, porém será traído por Zeus quer destruir a humanidade.

Passado Anterior (Titanomaquia)


Com a velhice Cronos, Deus dos Deuses primevos, avisado que será destronado por um de seus filhos, ele passa a devorá-los, Zeus o mais novo com a ajuda da mãe Réia consegue sobreviver. Com o passar dos anos o jovem Zeus cresce longe dos olhos paternos e cumprindo seu destino, liberta seus irmãos e tios Titãs e  começa uma luta contra seu pai, ajudado princpalmente por Prome teu, depois de renhida luta consegue aprisionar Cronos no interior dos montes Cáucaso. Porém Zeus ao se tornar Senhor absoluto do Olimpo planeja aniquilar com a humanidade terrestre. Eis que Prometeu o desaconse lha e não sendo ouvido por Zeus, rouba-lhe o fogo e dá aos humanos o acesso a Ciência, a matemática, as letras e os ensina a serem senhores da natureza. Zeus irritado manda que Hefesto, O Deus ferreiro prenda Prometeu em um rochedo onde ele não possa se soltar.


O Livro




Começa justamente quando Hefesto prepara correntes para prender Prometeu seu irmão, o Deus ferreiro vacila, se o prende ou não. Porém, o poder e a violência o obrigam que cumpra a missão de Zeus. Já preso,  Prometeu recebe solidariedade do Deus Oceano, que se propõe a pedir pela sua soltura, Prometeu recusa, sabendo que Zeus não o perdoará, nem a ele e nem a Oceano por defendê-lo.

No seu martírio, Prometeu recebe ainda a visita de Io, uma linda jovem por quem Zeus, se apaixonara, sendo ela castigada por Hera, a mulher de Zeus. Io vive mudando de pais sendo perseguida e molestada por uma espécie de besouro, que não a deixa ficar em qualquer lugar. A conversa entre Io e Prometeu é uma das passagens mais belas da literatura vitima do poder tirano eles se lamentam, mas ainda tem esperança

Por fim o diálogo entre o Prometeu e Hermes, que fora enviado por Zeus. Este debate é fundamental para ver o combate de idéias e ideais, entre a liberdade de falar de prometeu, mesmo preso ao rochedo e o aprisionamento da liberdade de quem está solto (Hermes). São trechos maravilhosos em que Prometeu rechaça qualquer aliança com Zeus e prediz o fim do próprio tirano.

Pequeno Comentário

Este livro é muito pequeno, com cerca de vinte e poucas folhas, mas se constitui em grandioso no combate ao autoritarismo, na necessidade em ser firme naquilo em que se pensa, no caráter libertador, pois mesmo Prometeu preso, sua mente não cede diante da tortura do tirano. É uma aula de prática, mesmo sozinho a esperança de que seu ideal será alcançado e de que sua teses são justas. Não ceder em seus princípios e ir até ao fim naquilo em que se acredita.

Segue o Link do Livro para ler em PDF


Sobre Ésquilo


Poeta grego. Viveu por volta de quatrocentos e oitenta A.C. É um dos precursores da tragédia grega. São poucos os livros dele que chega ram até nós. Muitos dos seus escritos se perderam por completo, outras apenas partes. Temos acesso aos seguintes: a TRILOGIA DE ORESTES e o PROMETEU - que é uma trilogia, mas que se conhece apenas o primeiro volume.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Teogonia x Tecnologia

Deuses Primevos



A grande Teogonia Grega pode ser grosso modo, dividida em dois momentos bastante distintos a fase um, que tem a haver com a criação propriamente dita: Caos, Terra (de amplos seios), Tártaro e Eros, são deuses primevos, vinculados a idéia de forças da natureza, nada elaborado, crus, com a força bruta e sem grandes elaborações estéticas e intelectuais. Ainda desta primeira geração temos, Cronos, os Titãs, o Mar, a Noite e a mais elaborada das criações desta fase, Afrodite. A segunda fase é a consolidação dos novos deuses, que conquistaram o Olimpo e farão de Zeus, seu soberano, aqui esta nova geração luta contra a anterior e domina a "Natureza", e já constrói para si morada e têm um modo de vida já mais elaborado, intelectualmente superior e esteticamente lançará bases de toda cultura ocidental. Também aqui teremos duas fases internas bem definidas do ponto de vista estético e intelectual: a fase Apolínea e a Dionisíaca.



Apolo




Obviamente que cada "tempo" corresponde ao grau de desenvolvimento do mundo grego, a geração primeira são as fabulosas criações do homem que se fixa na terra e tenta entender os fenômenos a ela associados: as estações do ano, a terra "grávida", a época da colheita, as lutas ferozes com animais selvagens, a luta pela vida, ou seja, os sentimentos mais elementares se refletem diretamente nos deuses por eles cultivados. A segunda geração vem justamente do domínio da natureza hostil e vencida esta batalha novos desejos objetivos e subjetivos surgem, o tempo outrora gasto para fugir dos males que os atingia, hoje se gastará com coisas mais criativas, como: construção de cidades, esgotos, sistemas de água, armas de guerras mais sofisticadas, a ciência mais elaborada, a experimentação, o cálculo matemático, a nomeação das estrelas, a construção de casas melhores e maiores, os templos, as belíssimas estátuas, vasos, os códigos rudes e leis e justiça, os governos ditatoriais, esta é a fase Apolínea, do Deus Apolo, o grande engenheiro, arquiteto, matemático, o moralista e justiceiro autoritário, a fase do pensamento exato e calculado.

Dionísio




Entramos enfim no apogeu grego com o advento do "ócio criativo", todas as conquistas do período Apolíneo se refletirão no surgimento da alta cultura, que é consolidada com a fase Dionisíaca, que terá na filosofia, no pensamento elaborado, no Teatro trágico e orgiástico, o grande Ditirambo, e seus mistérios, sua cártase, seu êxtase, o novo padrão de cultura e liberdade. Na fase Dionisíaca já não temos o poder das curvas e formas exatas, mas a ampla liberdade de criar esteticamente livre, a adoção da democracia, dos códigos de leis mais justos, dos debates públicos é que muitos chamam da cultura Dionísio, o Deus da Festa, do mel, vinho, e líquidos. Com Dioniso teremos a consolidação do poder da imagem, da linguagem, da beleza, da comunicação de massa, o apogeu da cultura grega, a preocupação de formar ideologia e sem dúvida até hoje bebemos daquela infindável fonte.

Educação Formal


Alguns devem ter desistido de ler, o que é uma pena, mas àqueles que perseveraram, vem o elo com o presente e o futuro, lógico no meu ponto de vista, tudo que escrevi acima é uma reflexão e uma metáfora que construi para simbolizar o que somos hoje, nós que trabalhamos com engenharia e tecnologia. Tudo o que não sabíamos e construímos no pós-guerra (o Caos, a Terra, o Tártaro e Eros), passando pelo surgimento da moderna Engenharia e Ciência (Apolo) vem desembocar no hoje livre, democrático, criativo, linguagem cifrada (Marketing e Inovação)

Será que nós, que fomos educados na cultura Apolínea, já demos nossa virada? Nossas cabeças estão prontas a aceitar a nova estética? Será que nosso desemprego ou subemprego é por que não nos adaptamos aos novos tempos? Sem dúvida não é uma questão de idade, basta lembrar que Eurípedes tinha mais de 40 anos quando escreveu "As Bacantes", e é nela que temos o principal rito dionisíaco, ou seja, os fundamentos da modernidade grega.

Para mim, nunca tivemos tantas chances de fazer tanto como agora, parece louco o que estou escrevendo, mas é que o resultado de toda esta contradição que vivemos (desemprego x Inovação, Marketing x Engenharia) é um profundo processo criativo, informativo, qualidade de vida, estético. Nunca na história tivemos tantas oportunidades de construirmos um mundo melhor como agora, o que nos falta? Começar a fazer… A única coisa que devemos consolidar neste momento é nosso compromisso com a ética (nos negócios, na política, na vida privada), a solidariedade (construir um mundo melhor para si e para todos) e igualdade (para ser justo temos que ter direitos iguais e acesso ao direito igualmente). Com este três valores, com a gama de informação, com nossa inteligência vamos mudar o mundo, primeiro mudando nossa vida, estudando, debatendo, ouvindo, ensinando e aprendendo.

Análise de Ilíada/Odisséia - Visão Política

Depois de publicar os apontamentos dos meus resumos da Ilíada e da Odisséia sou instado a tentar analisar o significado destas obras. Aqui começa a grande dificuldade: a multiplicidade de visões que as obras apontam. Tentarei cercar , didaticamente em 3 visões, que se interpolam: Política, Educação e Psicologia.

A visão de Educação, está diretamente ligada a monumental obra de Werner Jaeger, a Paidéia. A visão Psicológica meu guia será o Junguiano Junito de Souza Brandão e suas obras sobre Mitologia Grega e Romana. As observações políticas fazem parte de uma junção de leitura e estudos pessoais que tentam extrair lições próprias destes livros.

A dimensão Política


Cidades Estados em busca de Estado Nacional

As cidades gregas, denomição genérica dada aos povos que habitavam a região dos balcãs, em particular sua parte sul, se constituiu das várias migrações tanto européias quanto asiáticas. Vários povos formaram estas cidades e trouxeram seus valores e culturas, mas não havia uma identidade "nacional" até aproximadamente o Século IX  e VIII A.C.

Estas cidades formadas por tribos de genes comuns, com economia baseada na agropecuária com mão de obra escrava, conquistados em pequenas guerras regionais ou tribais, suas instituições políticas vão se sofisticar paulatinamente nos séculos seguinte e serão referência de exercício de poder democrático.

Com o predomínio dos Dórios começa lentamente a se ter um maior e mais intenso contato entre estas cidades estados, sem dúvida o comércio e trocas entre elas ajudou a aproxima-las, neste aspecto a religião com seus deuses comuns ajudam a formar uma identidade comum. Mesmo assim elas permanecem "autônomas".

A Ilíada nos traz o pano de fundo da Guerra Internacional os povos "gregos" em coalizão invadem a Capadócia. Esta união nacional é germe do estado grego confederado, os chefes locais unem-se aparentemente para defender um dos seus que havia sido ultrajado pelo estrangeiro que roubara-lhe a esposa(rapto ou sedução de Helena por Páris, príncipe troiano).

Cada povo representado na armada grega tem seu príncipe como instância máxima de poder decisório. Os doze principais reunidos têm em Agamenon seu comandante em chefe, mesmo ele não tem todo o poder para si as principais decisões são amplamente decididas pelo colegiado dos príncipes.

A questão da guerra, muito além do rapto é a tentativa de formatar o Pan-helenismo o estado nacional grego, o combate é a forma mais rápida e eficaz de dar unidade a esta idéia. O próprio funcionamento dos órgãos decisórios também demonstra a futura formação política do estado grego.

A poesia de Ilíada e Odisséia está carregada de ideologia política, de leis, códigos, que escritas ou não serão seguidos por todos, a coerção, o caráter obrigatório que elas assumiram. Estas cidades estados, com suas leis locais, vão se moldando ao "espírito grego nacional", as principais cidades, Atenas e Esparta darão a dinâmica político-militar ao estado grego.

Esta inovação marcará definitivamente a história ocidental, desta fonte original primeiro beberão os Romanos, quando da formação política do seu estado, que em muito ultrapassará o grego por seu caráter imperialista. Este caráter, se inspirará em Alexandre Magno, o Macedônio, que conquista a Grécia, e eu seu nome se expande ao Oriente, sem no entanto reter este império.

As instituições políticas, as assembléias, as leis de estado, a democracia é o legado grego para o ocidente. Todas estas questões estão presentes nas duas obras.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Odisséia - Resumo

Odisséia




Autor: Possivelmente Homero

Resumo: Retorno do Herói Grego Odisseus  à Grécia, após sua participação na Guerra de Tróia

Acontecimentos anteriores

Após a morte de Heitor e Aquiles, os maiores expoentes da Guerra de Tróia, depois de 10 anos de cerco grego, há um grande impasse na armada grega, muitos homens já cansados da guerra e longe de suas casas, sem perspectiva de queda das muralhas invencíveis de Tróia, querem o retorno imediato. Odisseus e Diomendes tem a idéia genial de ludibriar os troianos dando-lhes o famoso "presente de grego", o Cavalo de Tróia. Com o sucesso no invento, destruída a cidade e em posse de seus espólios de guerra, começa o retorno à Grécia.


O Livro




Telamaquia


A história começa com o filho de Odisseus, o jovem Telâmaco indo aos reinos vizinhos à Ítaca, Pilio e Lacedomia, para saber notícias do de seu pai que decorrido quase 10 anos do fim da guerra ainda não voltara para casa. Também vai pedira ajuda aos reis amigos pois seu palácio fora invadido por 108 pretendentes à mão de Penélope, pois passado 20 anos ela deveria casar-se novamente e Ítaca deveria ter um novo rei.(esta parte do canto I a V, é conhecida como Telamaquia e parece desconectada da história em geral,provavelmente escrita por outro autor, mas inserida como parte da Odisséia)

Neste momento, apartir do cantoVI, Odisseus consegue finalmente  sair de Ogígia numa pequena jangada, que infelizmente naufraga e ele acaba no reino do Feácios, salvo por uma filha do Rei Alcinoo ele não se revela, apenas na presença do Aedo Demodoco (Homero representado por si), quando este começa cantar as aventuras dos gregos em Tróia. Emocionado Odisseus se revela e passa a narrar todas as suas desventuras até o último naufrágio.


Aedo Demodoco


Conta que após o saque de Tróia ele foi amaldiçoado pelo deuses por sua artimanha em criar o cavalo, um embuste imperdoável. Para complicar ele furou o olho do Gigante Cíclope, Polifemo, filho de Poseidon, senhor dos mares, que por vigança faz com que as naves  de Odisseus naufraguem, apenas ele sobrevive.

Circe e Calipso


(Circe)


(calipso)

Ele fica um ano ao lado da Ninfa Circe e só depois de visitar o Hades, e saber por Tirésias do que tem fazer é que ele parte de volta na viagem. Ele consegue sobreviver ao canto das Sereias, a passagem dos monstros marinhos, mas Poseidon o persegue, ele acaba indo parar na Ilha de Hélio, seus marinheiros o desobedecem e matam as vacas do deus Sol, o castigo é que ao embarcarem ele voltam a naufrgar, Odisseus sobrevive e passa a viver com a musa Calipso, ficando com ela por volta de 7 anos.


(Odisseus e as Sereias)


Angustiado com o sofrimento do amado, Calipso pede a Palas Atena que liberte Odisseus do seu castigo, ele é finalmente enviado a Ítaca numa janganda, mas Poseidon ainda o persegue e ele acaba ali no reino dos feácios.


A volta a Ítaca


A última parte relata a sua chegada a Ítaca, seu palácio invadido pelos pretendentes à mão de Penélope, Odisseus disfarça-se de velho e entra no palácio finalmente. A pressão sob Penélope torna-se insuportável e os pretendentes exigem que ela escolha um entre eles imediatamente. A solução encontrada foi simples, aquele que conseguisse disparar com o arco de Odisseus seria o escolhido.

Um a um dos pretendentes foram tentando curvar o arco, até que o "velho" pede para tentar, foi motivo de troça, mas deixam-no, para surpresa geral ele manipula o arco e com a ajuda de Telemaco mata a todos os pretendente.

Depois de 20 anos, 10 de ida e 10 de volta, Odisseus finalmente retoma o trono de Ítaca ao lado de Penélope, que lhe fora fiel neste longo tempo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ilíada - Ficha de resumo(1996)

ILíADA




Autor: Homero

Tipo: Poema Épico

Tema A ira de Aquiles, a vingança dos Deuses e a reconciliação

Resumo: trata-se da Guerra de Tróia, mas particularmente do nono ano de cerco da cidade pelos Gregos.

Dados anteriores ao conflito:

A disputa por Helena


Segundo fragmentos do livro Cíclicos, Helena, filha de Zeus com a mortal Leda nasceu com uma incrível beleza e quando adolescente vários príncipes disputaram seu amor saindo-se vencedor Menelau, príncipe da Lacedemônia, ao tomá-la como esposa, ele conseguiu que todos os outros concorrentes se comprometessem a sempre defender a honra e a casa de Helena.

A escolha de Páris




Em Tróia governava Príamo , ele teve 50 filhos com Hécuba,porem ao nascer Páris uma profecia ligava-o a destruição de Tróia ele acabou sendo criado por camponeses sem saber que era filho do rei . Ele se tornou por acaso juiz de uma disputa entre Afrodite, Hera e Palas Atenas, sobre qual delas seria mais linda. Cada uma prometeu um presente se a ela escolhesse ,porém ele se inclinou pelo presente de Afrodite,que era,o amor da mulher mais bonita do mundo ou seja de Helena.

O rapto de Helena


Cumprindo a promessa Páris, primeiro foi aceito em casa por seus pais apesar da profecia e, depois partiu em viagem à Grécia. Ele vai a cidade de Esparta ,lá aproveitando-se da ausência de Menelau seduziu Helena,segundo alguns,já outros opinam que ele a seqüestrou simplesmente. Eu, particularmente penso que ele a seduziu, pois com a ajuda de Afrodite, deusa do amor, parece-me mais obvia a sedução, o certo é que ele a levou consigo para Tróia e tomou-lhe como esposa. Ao retornar Menelau convoca todos os príncipes que estavam a ele preso pela palavra e em assembléia elegem Agamêmnon como comandante em chefe das tropas Gregas,e,partem rumo a Tróia para famosa batalha.Ha vários episódios anteriores ainda ao cerco de Tróia,que valeriam ser citados,mas não e objeto deste estudo.

O Livro

A Ira de Aquiles


A história começa exatamente após o saque a cidade do rei Crises, como espolio deste saque Aquiles toma para si à bela Briseide, filha do rei, porem, Agamêmnon, usando do poder de comandante em chefe não cede a posse da escrava a Aquiles e determina que ele seja o legítimo senhor dela. Aquiles, o principal herói Grego participante da guerra, também o mais forte, não aceita passar por tão grande humilhação e convoca assembléia. Nesta,Agamêmnon confirma sua decisão e Aquiles iracundo resolve abandonar o cerco deixando os Gregos desfalcados de seu mais poderoso guerreiro

Aquiles, queixa-se com sua mãe a deusa Tétis, que vendo a humilhação de seu filho sobe ao Olimpo,e pede a Zeus que castigue aos Gregos por sua atitude.Zeus atende ao seu pedido e a guerra toma um novo rumo, isto ocorre no inicio do décimo ano do cerco a Tróia.

Ao recomeçar o combate, pouco a pouco os Troianos vão vencendo e depois de nove anos de cerco eles se arriscam a combater fora das muralhas, chegando mesmo a empurrarem os Gregos para próximo de seus navios. Com esta grande ofensiva Troiana, Agamêmnon, reconhece seu erro ao desprezar a força de Aquiles e sugere uma Embaixada para parlamentar com ele e oferecer-lhe Briseide e a promessa de casamento do filho de Aquiles,Neoptélemo,com Ifinassa, sua filha.

A Embaixada de Néstor




A Embaixada leva as ofertas a Aquiles que recusa redondamente e revela-lhes que seu destino já esta traçado com duas alternativas:a primeira seria lutar ao lado dos Gregos e morrer nos combates cedo ou tarde e ser eternamente herói, ou a segunda ir- se de volta à Ftia e viver por longos anos. Ele antes escolhera a primeira alternativa, mas depois da humilhação que sofrera/estava por decidir-se pela segunda.

Com o fracasso da Embaixada os Troianos vão avançando cada vez mais até encostar os Gregos contra seus navios chegando, inclusive a queimar-lhes duas naus em encardecidos combates.

Pátroclo e as Armas de Aquiles




Nestor,um dos mais sábios líder Grego convence a Pátroclo,o melhor amigo de Aquiles,a apelar-lhe para que volte ao combate, senão pelo menos ele, Pátroclo, pedir as armas de Aquiles e lutar para evitar a derrota dos Gregos. Pátroclo faz um apelo apaixonada, mas Aquiles recusa, no entanto concede que ele use suas armas para ajudar a afastar os Troianos dos navios Gregos,e ainda aconselha para que ele não vá alem da planície Troiana, pois se ele se arriscar a tentar combater junto às muralhas poderá lhe ser fatal.

Dito isto, Pátroclo veste as armas de Aquiles e vai ao combate. Os Troianos ao virem às armas reluzentes de Aquiles amedrontam-se e partem em retirada atabalhoada, o que faz com que Pátroclo e os Gregos avancem rumo à muralha, empolgado com o combate,ele esquece-se do conselho de Aquiles e vai matando Troianos e se aproximando das muralhas, porem seus elmo é levantado no combate e revela-se que não era Aquiles. Ao perceber isto -Heitor, o grande herói Troiano parte para o combate singular e mata Pátroclo.

Aquiles x Heitor

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A notícia da morte de Pátroclo logo chega aos ouvidos de Aquiles que arrasado com o fato decide-se por entrar novamente no combate, não por amor aos Gregos e sim para vingar o amigo morto. Com a ajuda de sua mãe, a Deusa Tétis, ele tem novas armas fabricadas pelo Deus ferreiro,Hefesto, que forja com perfeição estas novas armas. Aquiles volta de forma arrasadora ao combate com extrema violência vai matando a todos Troianos que encontra a sua frente até chegar frente a frente a Heitor,que ele tanto buscava enfrentar, o combate entre os dois se dar de forma particularizado, pois reúne os dois mais fortes guerreiros desta guerra,os dois campeões de seus povos. Iluminado pelos deuses Aquiles chega à vitória e leva para sua cabana o corpo de Heitor para que este seja comido pelas aves sem direito as ritos fúnebres, que significava não ida da sua alma ao Hades.

A última parte deste livro é justamente o momento em Aquiles leva o corpo de Heitor par sua tenda com o propósito descrito acima. Porem, para surpresa de todos o velho Príamo, rei de Tróia vai à tenda de Aquiles pedir o corpo do filho. Juntos, protagonizam uma das mais bela cenas da literatura: o rei de joelhos pedindo ao grande herói Grego o direito de fazer os ritos de seu filho, este por sua vez espantado esquece suas mágoas pega as mãos do rei e ambos discutem sobre o destino de cada um. Assim finda a grandiosa ILÍADA.

Dados posterior ao livro



Em alguns cantos da Ilíada, Homero antecipa o que acontecerá a Tróia, como será a vitória Grega. Resumidamente, passa-se da seguinte forma.Após a morte de Aquiles,ele recebeu uma flechada no seu único ponto vulnerável,o calcanhar. Então Odisseus e Diomedes, fazem um plano bastante astucioso, que é aprovado por todos. O plano era o seguinte: eles construiriam um grande cavalo de pau colocariam em seu interior um grande número de guerreiro e, depois o restante entraria nas naves e fingiriam uma fuga. Eles contavam que os Troianos percebendo a "fuga" Grega,sairiam das muralhas e levariam para dentro o "presente", já no interior da cidade enquanto os Troianos estivessem comemorado os guerreiros esperariam até eles chegassem a embriagues,então eles sairiam do interior do cavalo e matariam aos troianos,abririam os portões para o restante das tropas Gregas executassem a pilhagem.

O cavalo de Tróia


Os Gregos executam o plano, constroem o cavalo, depois fingem a fuga. Os Troianos ao perceberem que a armada Grega partira, saem de suas muralhas e vão à praia para comprovar a fuga, ao depararem com o cavalo eles a principio desconfiam, depois não imaginando o perigo decidem levar o presente para dentro da cidade. Lá eles realizam uma grandiosa festa de agradecimento aos deuses por sua vitória. Depois de muito beberem e libarem,eles são surpreendidos com a abertura do ventre do cavalo e de lá a saída dos guerreiros Gregos.Estes não encontraram grande resistência e logo abrem os portões de Tróia, que é saqueada,tendo todos seus homens sido mortos e mulheres tornadas escravas dos Gregos.O retorno a Grécia é descrito pela Odisséia,que é a história especifica do retorno de Odisseus mas nos dar informações do destinos dos principais guerreiros.Já na Eneida,esta,obra de Virgílio,poeta Romano,ele discorre acerca da fuga do único sobrevivente Troiano, Enéias, que será um dos fundadores mítico de ROMA.

Apontamentos de Livros

Desde muito pouca idade gostava de ler, me alfabetizou com 4 ou 5 anos, graças aos irmãos mais velhos e minha mãe diretora de escola pública Morava no interior do Ceará, não havia TV em casa, a nossa diversão em casa era brincar, a minha sempre foram os livros, passar páginas, aquelas letras, no fundo eu decorava as historias, que os mais velhos liam e "lia" sozinho depois.Enfim acabei a ler sem ter ido formalmente à escola.

Grande impacto me causaram os livros de Monteiro Lobato, ficara horas lendo aquelas estórias fantásticas, os personagens: Saci,Cuca, Visconde, Emília, que logo depois com a TV mostrando o primeiro Sítio do Pica Pau Amarelo. Em particular nas aventuras que eles vão à Grécia, Pedrinho enfrenta o Minotauro, aquele mundo passou a povoar minha imaginação.



A cultura Grega, posteriormente a Romana, virou minha cabeça, tudo o que tinha em biblioteca sobre o assunto em buscava ler,conhecer, aprender. Esta curiosidade vem comigo desde cedo, já adulto comecei a sistematizar as antigas leituras com as novas e fazer apontamentos destes textos clássico.

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Há muito tempo atrás tinha o costume de fazer apontamento de resumos de livros que havia lido, de como seria importante que amigos os lessem também, daí comecei a rascunhar uma maneira de convencê-los para se aventurarem neste livros.

Agora vou aos poucos digitalizando alguns destes resumos, o primeiro que publicarei será a Ilíada, clássico de Homero

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Obama e suas guerras

Tenho pensado muito sobre Obama, quase um ano de sua esmagadora vitória, o que mudou, qual significado dele para os EUA e para o mundo. Formular algo sobre alguém tão distante e localizar este alguém no nosso imaginário é uma atitude complexa, mas tentarei enfrentar.

Um Link com Roosevelt

A primeira coisa quando lembro de Obama na presidência é de outro grande presidente americano,talvez o maior e mais singular deles, Franklin Delano Roosevelt. Herdeiro de uma catástrofe econômica de 29, assume a presidência em 32 vencendo a máquina partidária e com um programa de amplas reformas, rompe com o liberalismo predominante e implementa fundamentalmente um programa keynesiano clássico, de intervenção estatal pesada. O New Deal foi centrado nos seguintes itens centrais:
  • controle sobre bancos e instituições financeiras;
  • construção de obras de infra-estrutura para a geração de empregos e aumento do mercado consumidor;
  • concessão de subsídios e crédito agrícola a pequenos produtores familiares;
  • criação de Previdência Social, que estipulou um salário mínimo, além de garantias a idosos, desempregados e inválidos;
  • controle da corrupção no governo;
  • incentivo à criação de sindicatos para aumentar o poder de negociação dos trabalhadores e facilitar a defesa dos novos direitos instituídos.

Roosevelt, apesar de vir do seio da burguesia americana, seu Theodore havia sido Presidente em 1908, foi sempre taxado de comunista, esquerdista e enfrentou uma oposição terrível do início ao fim de seu mandato, tudo em sua vida era motivo de exploração nos jornais. Espertamente ele resolveu fazer comunicação direta com o povo através do rádio, falando em cadeia de rádio sem intermediário e assim rompeu o cerco que a mídia(jornais) tentaram lhe impor, para quem tiver curiosidade sobre esta época ler "Anos Dourados" (Gore Vidal), romance que localiza bem a luta política enfrentada.

Obama

Coincidência ou não mas o motor da chegada de Obama a Casa Branca foi o desastre Bush Jr, sem isto, ouso afirmar, jamais um negro, com família com vínculos ao islã, lá chegaria. Sua ascensão é algo extraordinário, inimaginável há 10 anos, quem de nós conseguiria vislumbrar algo tão luminar?

Assume a presidência naquela que é considerada a segunda maior grande depressão da história do capitalismo, o país mergulhado num atoleiro no Iraque e Afeganistão, com pouquíssimo espaço de manobra, uma herança mais do que MALDITA, sob desconfiança da elite reacionária, que aceitou a derrota na batalha, mas prolonga a guerra via mídia. Neste contexto dentro do próprio partido Democrata, Obama tem poucos aliados confiáveis, é obrigado a montar um ministério de composição com as alas conservadoras e ainda manter um presidente do FED comprometido ainda com o Neoliberalismo.

Estive nos EUA em janeiro de 2009 e fiquei impressionado com a crise que lá campeia, falência das famílias representadas nas placas de vendas por leilão de casas por hipoteca. Lojas e departamentos em que nós estrangeiros éramos tratados como "reis", poucos americanos comprando, ou quando compravam apenas o essencial. Várias empresas do setor automotivo indo à bancarrota, notícias de desemprego em massa.

Este fatores combinados, recessão violenta, desemprego, sensação de decadência duas guerras no front, uma mídia hostil, deixam pouco, ou quase nada, espaço de manobra para Obama se movimentar. Para nós que estamos de fora apontar o dedo de por que ele continua as guerras é fácil, por que não enfrenta os lobbies armamentitas, grupos poderosos,etc. Sua própria chanceler Hilary Clinton sabota-lhe  o trabalho, negociou com os golpistas hondurenhos, por exemplo, mas são as concessões inevitáveis de Governo novo no meio do caos. Aqui não quero justificar os erros de conduta de Obama, mas tentar explicar os fatos com isenção.

A grande aposta, talvez um pouco do que aqui Lula também fez no primeiro ano com o Fome Zero, ele tenta a reforma da Saúde, que é a maior fratura exposta da decadência do modo de vida americano, em particular dos mais pobres, e isto é GUERRA, pior do que as externas, enfrentamento que divide a sociedade americana, a mídia age como abutres tentando isolar Obama, massacrando-o em seus programas, muitos abertamente facistas.

O futuro

Continuo depositando esperança em Obama, a sua vitória, o seu significado especial, a quebra de paradigmas são coisas mais importante do que a gestão em si, claro que ele tem de fazer concessões aos conservadores, só em se sustentar no cargo já é um desafio. Espero que ele no segundo, terceiro ano possa se firmar e ter em suas mãos seu governo efetivamente, pois hoje elas estão atadas. A mudança de perspectiva das relações no mundo são melhores com ele, mesmo que pouco tenha feito, mas em si já são diferentes.

Penso que nós que temos compromisso com a mudança social, não nos tornemos algozes e coveiros de Obama, não precisamos compactuar com seus erros, mas também não nos misturarmos com as críticas grosseiras aqui vociferadas por Mirians, Merval, Sardenbeg e outros.

Sinto que é incompleto mas é até onde consigo chegar na reflexão, espero que quem leia possa livremente completar a idéia aqui expressa

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Carta Capital:Caso Battisti e voto de Gilmar Mendes

Sou leitor semanal de da Revista Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br/app/index.jsp)  uma das poucas publicações no Brasil que ainda respeitam o jornalismo, trata a notícia de forma séria e busca aprofundar os debates correntes da sociedade com um corte diferente do pensamento único imposto nas redações das outras revistas.

Em particular o Editorial da Revista é uma atração à parte por trazer comentários de Mino Carta com suas ironias, alto nível cultural e sagacidade. Quando compro a revista é sempre a minha primeira leitura, que sempre enriquece e vejo como é bom ler quem escreve bem.

Para minha surpresa esta semana Mino fez um editorial elogiando Gilmar Mendes, até aí é questão de gosto, porém é constrangedor, sob o título "O STF não é um clube recreativo"(Gilmar Mendes põe os pingos nos is sobre o caso Battisti em entrevista à TV Educativa do Paraná), ele produz o, talvez, mas infeliz editorial que tenha lido em Carta Capital, leia-o na íntegra em: http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=5615 .

Vejamos alguns trechos:

"CartaCapital já foi muito crítica em relação a certos comportamentos do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal. Desta vez, louva-lhe a atuação no julgamento do Caso Battisti, de saída pelo voto de aprovação à impecável decisão do relator Cezar Peluso, e agora em virtu-de de uma entrevista à TV Educativa do Paraná que foi ao ar nestes dias.

Vale acentuar a importância deste momento, a se levar em conta a incerteza que envolve o destino do ex-terrorista italiano, por ora entregue à decisão final do presidente Lula. Entrevistado pelo jornalista Carlos Chagas no programa Falando Francamente, o presidente do STF mostrou-se à altura do cargo. Um ponto crucial do seu depoimento está na seguinte afirmação: “Não se ocupa um tribunal da seriedade do STF para que se converta em um clube litero-poético-recreativo. Não podemos nos debruçar sobre um tema de tal gravidade para dizer depois: ‘Não, desculpem, nós nos enganamos’”.



Outra passagem importante diz respeito aos limites impostos pelo tratado de extradição em vigor entre Itália e Brasil. “As condições são essas”, diz Gilmar Mendes, “a discrição se dá nesses limites. Por isso, usando expressão do nosso linguajar jurídico, o tribunal nunca condenou o presidente a extraditar, sempre se entendeu que é consequência natural.”

Minha Visão

Infelizmente há um profundo equívoco na análise de Mino sobre Gilmar. O voto dele está cheio de segundas intenções. No fundo ele validou sua posição quando bateu boca com Dilma, dizendo que os crimes "comuns" cometidos por ela não prescreveram.

É uma posição que lhe deixa a vontade para criminalizar o movimento social, não perceber as verdadeiras intenções de Gilmar, acaba dando-lhe mãos livre para continuar sua luta destrutiva do STF.

Mesmo que Mino esteja certo sobre Battisti ele está confundindo suas paixões pela Itália como se lá fosse um paraíso político-jurídico-institucional, que não é. Os anos 70 foram crivados por radicalismos à esquerda e à direita e o estado de direito italiano efetivamente tomou um lado, e não foi à esquerda.

Por fim analisa de forma canhestra, covarde o voto de Eros Grau, usando das mesmas táticas de Veja e outras publicações que se especializam em destruir reputação de pessoas que não concordam com o que pensa.

Vejamos o trecho:

"Como sabemos, outros ministros não concordam, com destaque para Eros Grau, o mesmo que batalhou para que Roseana Sarney assumisse a governança do Maranhão com a cassação de Jackson Lago, embora derrotada nas eleições. Coisas de constranger a lei e o arco-da-velha.

Ao conversar com um jornalista italiano, Paolo Manzo, correspondente de importantes diários peninsulares e colaborador de CartaCapital, a escritora francesa Fred Vargas, Ninfa Egéria da campanha pró-Battisti, não hesitou em divulgar sua simpatia pelo ministro Grau, salvo melhor juízo recíproca.



A conversa informal se deu no fim de janeiro deste ano na antessala do gabinete senatorial de Eduardo Suplicy e a escritora, instada pelo jornalista, analisou, voto a voto, as possibilidades do resultado do julgamento do STF. Ao citar Eros Grau, não se permitiu dúvidas: “Contra a extradição, está claro, ele é um amigo”. Sempre é possível que Fred Vargas se engane quanto ao grau das suas amizades."

Concluo

Os ataques ao Eros Grau foram vis, covarde, como se qualquer pessoa que não concorde com a posição dele esteja comprometido com o erro. Precisamos no nosso meio, que advogamos a diversidade de pensamento não cairmos nas mesmas armadilhas do ataque pessoal quando de alguém discordamos, fiquei constrangido.

Este elogio ao Gilmar pode nos custar MUITO caro, a fatura virá em breve, mas rápido do que esperamos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A influencia da Politica e Economia no Direito(Monografia)

Publico aqui minha monografia de conclusão do curso de Direito. Segue a Introdução e você pode baixar todo o conteúdo, que pode ser usado livremente, observando que a fonte deve ser citada.

INTRODUÇÃO


Procurar um tema para redigir é uma tarefa árdua, pois se pensa qual deve ter sua importância para si e para sociedade. O tema que se apresenta busca mostrar a questão da relação entre Economia e Política e o Direito, em que medida a base econômica determina a superestrutura ideológica expressa nas Leis. Dá-se ênfase no Brasil aos movimentos constitucionais e ao Código Civil.

Desta forma, este trabalho procurou responder a determinados questionamentos, tais como: Quais as forças e lutas sociais e políticas na sociedade mais contribuíram para elaboração da Constituição Federal? Que interesses conflitantes pesaram na definição do Texto Legal? Quais as principais contradições foram inseridas na Constituição? Que novos rumos interpretativos trouxe a Constituição? Que tipo de relações o novo Código Civil privilegiou? Como compatibilizar Constituição Federal x Código Civil nos aparentes conflitos de Normas? Quais elementos civilistas estão na Constituição?

Faz-se uma análise geral da evolução histórica do Direito no mundo, e partindo da ruptura do Império Romano no ocidente, que causou um vazio político e econômico, e também no Direito, durante longo período na Europa. Depois o reaparecimento das forças vivas sociais com o advento do Renascimento, que fez florescer todo o potencial humano adormecido. O Direito Romano reavivado, o surgimento da Constituição como documento político dos acordos entre os barões ingleses para limitação do poder do Rei, no Século XIII até o conceito mais elaborado, feito pelos revolucionários americanos, mas consagrado pela Revolução Francesa. As gerações dos direitos e suas relações com os estágios econômicos mundiais, como as conquistas das lutas sociais vão sendo incorporadas às Constituições.

Paralelamente, neste período, surgiu a escola naturalista e com ela as codificações. Seu auge é o Código Civil Napoleônico que terá preponderância ante a Constituição.

Esta relação conflituosa entre os interesses sociais da maioria da sociedade submetidos aos interesses econômicos privados tem seu ápice no Séc. XIX. À medida que avançam a economia e a política, há uma movimentação legal para que melhor se acomodem estes conflitos.

Demonstram-se estas relações de Economia e Política no Direito no Brasil, desde o Império, com a independência, com os valores trazidos de Portugal e que perduraram até a Proclamação da República. Analisam-se as várias elaborações constitucionais, tais quais os movimentos que as fundam, até a Constituição de 1988. Os Códigos Civis de 1916 e 2002 e suas razões de elaboração. As diversas contradições que existem entres os diplomas legais, até o atual estágio do Direito Constitucional Civilizado ou o Direito Civil Constitucionalizado.

Para ler todo conteúdo clique no link abaixo

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Presidencialismo à Francesa: Lula Presidente, Dilma Primeira-Ministra

Presidencialismo à Francesa: Lula Presidente, Dilma Primeira-Ministra

Meu velho avô dizia que “não há mal que não seja tão mal, que não tenha um bem”. Sem analisar detidamente os vários aspectos do que se convencionou chamar a “crise do mensalão”, percebo que efetivamente daquele episódio é que surgiu o Governo Lula, em particular o maior ajuste de poder não regulado por normas que tenha visto. Daquela crise surge um modo particular de gestão em que Lula passa a exercer a presidência de fato se qualquer tutela ou amarras, e nomeia efetivamente Dilma Rousseff um presidente de conselho de ministros.

Analisando os principais ganhos do Governo Lula até meados de 2005, efetivamente o grande mérito foi não ter caído, por dois aspectos: 1) A herança maldita de FHC e 2) as grandes expectativas depositadas nele.

Herança FHC



A maior herança do FHC foi um estado falido, sem reservas cambias, expectativa inflacionária crescente, havia previsões de até 30% em 2003, taxa de juros em 23,5%, cambio de 1 US$ equivalia R$ 4,04, risco país em 2400 pontos, a falência levara ao apagão por incapacidade produtiva. Os principais ministérios apenas cumpriam funções simbólicas, tendo o Estado sido “terceirizado” para agências reguladoras e todas as agências capturadas por aliados do antigo governo. O que sobrou do sucateado estado brasileiro tinha uma gama de terceirização escandalosa.

Destas breves linhas depreende-se que o novo governo começa administrar uma máquina que tem pouco controle e domínio, a própria inexperiência de Governo Central joga contra Lula. O grande desafio era não cair em 6 meses como maquinavam FHC e seus aliados, este só se mudou de Brasília em fins de junho de 2003, achando que o governo cairia e ele seria chamado para “salvar”o Brasil.

As grandes Expectativas



Lula chega ao poder central depois de 25 anos das grandes greves do ABC que o projetara como grande líder de massas, não forjado em escolas tradicionais de sindicalismo comunista. Ele forja-se como peão que cresce dentro de uma fábrica num regime de exceção cujas liberdades sufocantes é a mola mestra do crescimento econômico, mas na segunda metade dos anos 70 os militares já não davam conta nem do crescimento econômico, bombardeado pela crise do petróleo, muito menos das demandas sociais por liberdade política. A esmagadora vitória do MDB em 74 e 78 prepara um novo ambiente.

As greves de 78/79 lideradas pelo metalúrgico até então desconhecido, são o tiro que faltava para deflagrar o grande movimento pela anistia, liberdade política. Em 80 a ultima tentativa dos militares foi liberar os partidos, com claro objetivo de dividir as oposições, daí surge a grande novidade política do Brasil, o PT.

Sem muitas delongas, este não é objetivo aqui, o PT se forja como a opção vinda da classe trabalhadora mais vitoriosa do país, desde seu inicio identifica a necessidade de chegar ao poder, e nove anos depois chega ao segundo turno da eleição presidencial deixando para trás lideranças expressivas como Brizola e Ulisses. Lula se consolidará como alternativa de poder nas próximas eleições, carregando consigo todo um simbolismo de lutas sócias e transformações.

Talvez lidar com estas grandes expectativas seja a parte mais complexa da montagem do governo inicial, como atender demandas reprimidas num ambiente econômico tão ruim?

2003-2005 Apenas lutar para sobreviver

Desde a montagem da equipe e de algumas medidas houve acertos óbvios e erros clamorosos inoperantes. A equipe econômica não poderia fugir da lógica do mercado, não havia qualquer espaço de manobra e as medidas tomadas foram coerentes com o momento para dar fôlego futuro: 1) Exportações; 2) controle da inflação; 3) aumento do salário mínimo acima da inflação, nada mais podia ser feito de substancial.

Do ponto de vista social o grande acerto foi o lançamento da “Fome Zero” era mais que uma marca, um compromisso para aquele tempo, mas faltou gestores que entendessem profundamente como montar um programa social tão amplo.

Do ponto de vista político a não vinda do PMDB ao governo causou graves transtornos ao governo mesmo sendo vitorioso na eleição majoritária o governo era ampla minoria no congresso o bloco efetivo que venceu a eleição só tinha 192 deputado e pouco mais 20 senadores.

Os operadores políticos de Lula foram para tática de ganhar apoio no varejo e em bases partidárias que não tinham compromissos algum com o projeto, a troca de favores e futuros financiamentos de campanha virou a moeda de troca, notadamente com o PTB de Roberto Jefferson, que foi o partido escolhido para desembarcar estes “apoios”. A lógica traçada por Zé Dirceu deste tipo frágil de apoio desembocará no Mensalão, o valerioduto criado pelo PSDB mineiro, foi amplamente usado pelos operadores Petistas, a grande diferença é que, no caso mineiro não havia interesse em denunciá-lo. No caso de Brasília tornou-se o escândalo nacional, a mídia amplificou as denuncias, CPIs e toda sorte.

Por um erro tático de FHC e aliados, que achavam que Lula iria sangrar em praça publica e desagregar seu governo, ele não foram à frente com o impeachment. Por esta lógica qualquer candidatura de oposição bateria Lula no primeiro turno, este foi refresco melhor que Lula poderia receber.

2005-2006 A grande virada

Com a saída de Zé Dirceu do Governo, Lula teve as rédeas totais do seu destino, não sei se consciente ou não mas as escolhas para reconstruir o governo foram decisivas, em particular a de Dilma para Casa Civil.

Fator Dilma



Ninguém prestou atenção quando Lula nomeou Dilma para Minas e Energia, o único fato relevante era que ela fora guerrilheira, presa política, torturada e que depois no RS se tornara economista e tinha sido uma importante gestora do Governo Olívio Dutra.

No Ministério da Minas e Energia revelar-se uma grande gestora, do país sem energia, com déficit absurdo que fazia com quem não se pudesse ousar em qualquer crescimento econômico, pois a energia estava sob racionamento, ela consegue reverter o quadro de forma rápida e eficaz, sem prejudicar a população, pois esta não foi chamada para pagar a conta, diferentemente dos impostos anti-apagão de FHC.

A ida dela à  Casa Civil muda completamente a lógica de funcionamento do Governo, sua dinâmica, perspicácia, dureza começa a dar uma outra cara administrativamente ao governo. Na pratica Dilma converte-se em Ministra chefe, liberando Lula das tarefas cotidianas e sendo a figura publica necessária ao seu governo.

Modelo Francês

O presidencialismo francês tem no seu presidente a figura política publica interna e externa, representa o estado francês internacionalmente, sendo o Primeiro-Ministro o chefe de Governo da maioria parlamentar, convivendo os dois de mesmo partido ou de partidos diferente, mas o partilhamento de poder é previsto constitucionalmente

O presidencialismo brasileiro foi forjado no modelo americano de poder, com o presidente exercendo dupla função: Política e Executiva. Concentrando neste todas as decisões de Governo e de Estado.

Moldado nesta lógica imperial, todos os presidentes anteriores conformaram-se confortavelmente neste duplo papel, cuja visão autoritária caia bem em caudilhos, militares e vaidosos que por lá passaram. Mesmo a nossa pequena experiência de presidencialismo partilhado, não serve de parâmetro para melhor analise.

Com a nova conformação de governo, Lula, não sei se consciente ou não, delegou a Ministra Dilma todas as funções principais de gestão. Ela lidera as reuniões ministeriais, controla os principais projetos administrativos, faz a “cozinha” política, age por assim dizer como uma verdadeira primeira ministra.

Este foi o maior ganho da gestão Lula, a experiência mais bem sucedida de partilhamento de poder, baseado na confiança mutua. Lula encontrou em Dilma a gestora séria, dedicada, com autoridade de dirigir o time, capacidade cobrar resultados, tirar o melhor de cada ministro e levar adiante a maquina publica.

Com este acerto Lula ficou livre para desempenhar com galhardia a missão principal do presidente: fazer política, animar a população para seus projetos, envolver o país com o seu destino, mostrar ao mundo o que o Brasil. Nisto Lula é craque inconteste, sua imensa capacidade de comunicar-se, desde o mais humilde faminto até presidente, reis, passando por intelectuais, esportista.

Lula, livre de atribuições pesadas administrativas, sendo bem delegadas e tocadas no dia-a-dia por Dilma chegou a uma situação incomum em que Presidente e Governo são muito bem avaliados, creio que foi este acerto incomum na política brasileira que chegamos a este resultado.

Primeiras Palavras

Depois de muito adiar este diário, era uma mistura de preguiça com receio do que dizer, resolvi enfrentar o desafio de dizer algumas coisas sobre o que penso da vida, de política, cotidiano, amizades e sentimentos.

Como toda estréia há a dificuldade de se apresentar, do que escrever que assunto abordar.Então achei melhor tratar de algo íntimo que hoje estou sentindo: Saudade.

Saudade

Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. / Nostalgia.(Aurélio)


Saudade é um sentimento abstrato que uma palavra ímpar no nosso idioma expressa tantas coisas que só os de língua portuguesa sentem e entendem. Estranho que esta palavra diga tanto com tão pouco.

Hoje esta palavra entrou nos meus pensamentos, mas de forma inusitada, esta no carro ouvido Madredeus e a poesia da canção "O Navio" levou-me imediatamente a antigas lembranças minhas. Aí não tive dúvidas, a saudade que tenho é de mim, do que foi e de como fui, não é de ninguém; pessoas ou gentes, de lugar, é unicamente de mim.

São mergulho no escuro de nossa alma, de nossa trajetória, passando por tudo o que já fizemos, coisas que não voltarão jamais, mas que explicam o que somos: bons ou ruins, originais ou falsos, nada muda do que fizemos.

Talvez estas primeiras palavras sejam o ajuste de contas íntimos com o passado, para que seja melhor no presente, quem sabe uma nova janela de mim se abra no futuro.

O Navio


Composição: Pedro Ayres Magalhães

Só deixei no cais a multidão,
A terra dos mortais,
A confusão,
Navego sem farol, sem agonia... distante;
E vou nesta corrente,
Na maré,
No securo da menor consolação,
Acordo a meio do mar que me arrepia,
E foge...

A minha paixão é uma loucura.

Ando...
Numa viagem perdida,
O navio anda à deriva,
Sózinho.
Não é grande o mal, bem pouco dura;
E quando...
Afundar a minha vida,
Se calhar sou prometida... do mundo.