segunda-feira, 23 de maio de 2011

Blog “gratuito”: o barato saí caro -Mudança de Endereço

(NOVO ENDEREÇO do BLOG Arnobio Rocha http://arnobiorocha.com.br/ )
Escrevi recentemente uma analise da peça Alceste: Amor ou Morte em que mostra a inoportuna visita de Héracles ao seu amigo Rei Admeto que acabara de perder a esposa Alceste, mesmo assim pelo dever de Hospedar, Admeto trata o amigo como se nada estive acontecendo, dando-lhe o que havia de melhor na sua casa.
Este dever de hospedar também nos chegou, em particular no nordeste, através de nossas heranças e tradições, de sempre receber bem quem nos visita, independente se estamos preparados ou não. Meu velho avô era sempre assim, fazia a festa de quem a sua casa chegava, e nos transmitiu este rico sentimento de acolher e receber  sempre com nosso melhor: Comida, instalações e amizade.
Criei este pequeno blog em 23/11/2009 e nele publiquei 108 artigos, com mais de 50 mil visitas,  o que para mim é uma grande surpresa, as visitações os 620 comentários, os 40 seguidores que assinam o recebimento automático. A recente série sobre o Japão, rende o prazer de exercitar a memória de um momento ímpar na minha vida e é um projeto de quem sabe algo mais consistente no futuro.
Porém, na última quarta-feira dia 19/05/2011 fui surpreendido com a recusa do WordPress de continuar abrigando meu blog, houve uma recusa a publicação do meu post com uma lacônica mensagem que eu violara o “Termo de Serviço” e que pelo seu “Creative Commons” meu blog era comercial e não era aquele o local de hospedagem. Tomei um susto enorme, primeiro porque deveria ter sido muito claro o que eu violei, para que pudesse reparar, retirar do blog, segundo queria saber o conceito de comercial do meu blog. Imediatamente num inglês bem meia-boca pedi explicações ao editor o que ocorrera. Dezenas de amigos que tentavam acessar o blog vinha a mensagem que o blog estava indisponível como se eu o tivesse removido. Três horas após o incidente o blog “comercial”, “violador do termo de serviço” é devolvido sem maiores explicações.
Diante da perplexidade resolvi comprar um domínio http://arnobiorocha.com.br/  e mudar meu blog de hospedagem, com ajuda do amigo @magnesio do Teia Livre. Estes hospedeiros gratuitos (wordpress, blogger) têm critérios próprios que são por nós desconhecidos, pouco claro, que a nossa razão desconhece.
Aos amigos que me lêem que indicam meu blog nos seus blogs ou em listas de email, Facebook ou Twitter segue meu novo endereço, estou tentando me reanimar do baque e continuar a escrever, nem sempre é fácil recomeçar, divulgar um novo endereço, conto com a ajuda de vocês:
Atenciosamente
Arnobio Rocha
PS: este endereço ficará no ar assim como o http://arnobiorocha.blogspot.com/ apenas com conteúdo sem atualizações e com este mensagem de mudança de endereço.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Crônicas do Japão XIX: Kobe e Himeji-jo



Kobe:  a cidade do Porto


Quando visitei Kobe, tinha menos de dois anos que a cidade fora devastada por um grande terremoto que causou destruição de 68 mil casas e edifícios, 5000 mil mortos e 230 mil pessoas foram morar em abrigos, a destruição sem precedente numa área densamente habitada. Mas ao chegar na cidade parecia que tudo havia sido reconstruído inclusive a longa ponte Akashi-kaikyo que liga Kobe a uma ilha em frente.



O lindo prédio do OrixWave Blue estava de pé depois de ter vindo ao chão, o time de basebol da empresa dona do prédio era muito famoso e em 1996 foi campeão da liga japonesa, com seu craque Ichiro Suzukidio. Era motivo de honra para cidade ver aquele prédio reerguido e o time campeão.


Kobe é uma cidade bem moderna, o porto é um dos mais movimentados do mundo, a cidade gira em torno dele, uma economia pujante que escoa produção de toda região. As ruas com belos prédios e um ar de interior, num dos bairros, um reduto boêmio com bandas de jazz tocando na rua, num clima de New Orleans. Outro Japão sem dúvida.


Forma um trio de cidades junto com Osaka e Kyoto poderosíssimas com cerca de 20% do PIB japonês, e cerca de 17 milhões de habitantes. Apenas Kobe tem quase 2 milhões de habitantes. Uma cidade enorme de bairros tranqüilos e região portuária que fervilha, tanto nos imensos navios como seus lindos hotéis e uma torre mirante incrível.


 


Himeji-Jo


Ficheiro:Himeji Castle The Keep Towers.jpg


Himeji cidade pequena na região de Kobe tem a maior atração histórica da  vizinhança, o espetacular castelo Himeji-Jo, é algo indescritível, as fotos darão idéia do tamanho do conjunto de prédio que formam o complexo, mas a sua alvura é quase de cegar num dia de sol, para minha sorte o dia estava lindo com um sol enorme e um friozinho de outono.


Ficheiro:Himeji castle 0012.jpg

As alamedas que dão acesso ao castelo foram feitas como labirinto para prender os invasores, as imensas pedras de sua base e os prédios construídos numa pequena elevação, um pouco acima da base de um morro passa a idéia de intransponível.  As grandes salas, e suas janelas e fendas para que pedras fossem jogadas nos visitantes indesejáveis mostra a engenharia de defesa. A edificação virou exemplo de construção militar. Em Osaka viu um castelo parecido, assim como em Kamakura.

Ficheiro:Himeji Castle 04s3200.jpg


Sua construção iniciou-se em 1331, mas as guerras entre xoguns de Osaka e Kyoto várias vezes fizeram com que a propriedade mudasse de mãos e nunca fosse concluída, apenas em 1618 teve finalmente foi acabado, integralmente cumprido o projeto original com seus 82 prédios e torres.

Ficheiro:Old painting of Himeji castle.jpg

terça-feira, 17 de maio de 2011

Crônicas do Japão XVIII: Nara - templos e tempos


(Templo Kasuga)

Chegar a Nara vindo de Kyoto sua vizinha é retornar mais ainda ao lendário passado histórico do Japão, a pequena Nara foi por 84 anos (710 a 794 DC) a capital do Japão, tendo inclusive um período histórico com leva seu nome. A ida da capital para pequena Nara foi a preparação para surgimento dos grandes xogunatos futuros.

As principais religiões (Xintoísmo e Budismo) do Japão encontraram campo fértil para seus desenvolvimentos em Nara, mas particularmente o budismo teve ampla expansão e os monges tiveram grande influência na casa imperial. Por conta disto a capital mais uma vez mudou, sendo fixada em Kyoto, por mais de 1000 anos.

A cidade apesar de bem pequena respira história e seus 1300 anos de vida, gira em torno dos grandes templos, principalmente os três maiores e com grande significado:
  • Kofukuji – o maior Pagode japonês
  • Todaiji - o grande Buda
  • Kasuga – templo das lanternas vermelhas



Kofukuj - o maior Pagode japonês

Arquivo: Kofukuji0411.jpg

Foi por muito tempo o templo mais influente, pois foi construído pela importante família Fujiwara, com a doença do patriarca sua esposa mandou a construção do templo consagrada aos budistas. Erguido na cidade Yamashina em 669, foi transferido para Nara ao se tornar capital, em 710.

Era um conjunto arquitetônico com pelo menos seis grandes edificações, destacando-se o Pagode de cinco cúpulas que demonstrava a força dos que haviam erigido.  A força dos monges que cuidavam do templo e suas relações políticas com os Fujiwara perduraram por longo tempo, mesmo depois da transferência da capital para Kyoto.


Várias vezes o templo foi invadido e incendiado nas guerras civis pelo poder, dos seis palácios apenas dois chegaram até nós, sendo o principal o Pagode integralmente preservado, imponente e com a fama de ser o maior do Japão. Ele realmente impressiona quanto mais nos aproximamos mais ele se parece maior. Imagino o trabalho humano de deslocá-lo por quase 50 km de onde fora construído originalmente.

Todaiji - o grande Buda (Daibutsu)

Arquivo: den Daibutsu em Todaiji Nara01bs3200.jpg

O templo Todaiji foi construído por volta do ano de 750 DC depois de um grande período de instabilidade política e de doenças graves na capital do império, inclusive a morte de um príncipe sucessor.

O Imperador Shomu liderou o pedido de ajuda a população para que se envolvesse diretamente na construção do templo e do grande Buda, pois assim pelo exemplo de humildade de Buda este retribuiria com paz e livraria a população das doenças e desastres. Este esforço levou com mais de dois milhões e meio de japoneses de todas as regiões doassem bens para construção da imensa obra.

Tudo impressiona neste templo, a sua entrada protegida pelos dois guardiões gigantes Agyo e Bishamoten , seu pórtico imenso e a os 50 metros de altura do templo dão a grandiosidade desta belíssima construção. Ao lado da imagem há uma coluna de madeira com mais cinco metros de diâmetro ela foi vazada e aquele que a atravessa sua próxima geração será iluminada.


O pavilhão central tinha dois pagode com 100 metros de altura, a grande casa de Buda hoje tem 50 metros de altura a estatua original media 16 metros, uma coisa gigantesca, sofre com dois terremotos e incêndios mas hoje tem as seguintes medidas:
  • Altura: 14,98 m
  • Rosto: 5,33
  • Olhos: 1,02 m
  • Nariz: 0,5 m
  • Orelhas: 2,54

A estátua pesa 500 toneladas


Se no templo Zen sua mente tinha que entrar em perfeito estado de equilíbrio para que enxergasse todas as pedras do jardim para você chegar à iluminação, neste é seu corpo que terá que minguar para atravessar a coluna pelo mesmo objetivo. De um lado a aridez do jardim de pedra de outro a fenda na madeira são caminhos simbólicos para luz.

Arquivo: NaraTodaijiL0219.jpg

Sim a Luz que a clarabóia deixa penetrar o salão escuro reforça o brilho da imensa estatua de Buda, a construção dos olhos que fixa o visitante em qualquer ângulo do imenso salão, nos avisa que ele nos olha e acolhe. Aquela luz rebate na imagem e chega até nossos corações emociados. Nunca me senti tão iluminado como ali.


Pictures of Japan : 6530 nara todaiji daibutsu den - todaiji buddhist temple hall of the great buddha



Kasuga – templo das lanternas vermelhas

Inside, Minamimon (South Gate), Kasuga Taisha Shrine, Nara, Kansai, Japan

O templo das lanternas vermelhas foi construído em 768 DC pela família Fujiwara em homenagem as mulheres da casa imperial, sua longa alameda com as 3000 lanternas são de tirar o fôlego.


Este templo dedicado ao xintoísmo pela tradição tinha que ser demolido e reconstruído a cada 20 anos para que a pureza fosse conservada. As lanternas eram doadas por pessoas comuns em ato de fé e eram acesas todas as noites, mesmo de bronze em contraste as paredes vermelhas, quando acesas dão o tom avermelhado como se o sol continuasse a brilhar. Estas reconstruções foram constantes até 1863.

KASUGA SHRINE in spring[example]©Nara Prefecture/©JNTO

Hoje o templo é usado para cerimônias como “batismo” e principalmente casamentos, mas precisa ser muito rico para realizar uma cerimônia ali. Tem que mais rica ainda para que seja noturna. Por uma feliz coincidência quando estava lá assisti a um “batismo” e um casamento. Aqueles jardins de glicínias e o templo com as lanternas são absolutamente lindos.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

#GenteDiferenciada : O novo está nascendo?


O movimento #GenteDiferenciada foi uma reação extremamente politizada e bem humorada a uma frase, um ato falho, de uma psicóloga(??), moradora do aristocrático bairro de Higienópolis: “Eu não uso metrô e não usaria. Isso vai acabar com a tradição do bairro. Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada...”

A frase simbólica representava o repúdio à implantação de uma estação de metrô no bairro, um abaixo-assinado com 3500 assinatura foi entregue ao Governo de São Paulo e aceito como desejo da comunidade de Higienópolis demonstrando todo seu compromisso com a parcela mais rica e privilegiada da cidade. Uma cidade carente de transporte público sonega o direito aos trabalhadores que ali labutam a facilidade de se locomover e chegar no horário e ter uma melhor qualidade de vida. Tudo isto em nome de um grupo que, em regra, não precisam de horários rígidos ou se incomodam de andar com seus ricos carros de luxos ou seus helicópteros.


Através do Facebook e Twitter começou um Hashtag viral: #GenteDiferenciada e a convocação de Churrascão desta gente diferenciada em frente ao templo de consumo do bairro, o que parecia apenas uma brincadeira dos que apenas se revoltam desde seus sofás virou um movimento de fato, uma inusitada manifestação seguiu pelo bairro, mostrando uma nova cara, uma nova forma de exercício de cidadania. As caras espantadas nas janelas no começo deram lugar a sorrisos, houve um entendimento que as pessoas ali embaixo não eram contra o bairro, a comunidade.



Alguns se excederam via Twitter e Facebook descambando para frases anti-semitas, mas a imensa maioria passou ao largo destas manifestações, inclusive foi de grande utilidade a frase anti-semita do CQC, pois dali se diferenciou os que querem o novo dos escatológicos oportunistas. No ato houve um repúdio generalizado ao CQC com corinho impublicável, mas bem humorado como todos os outros. Até nisto a manifestação foi célebre.



O clima nas ruas de Higienópolis era de festa, nos olhávamos e sabíamos que de alguma forma estávamos fazendo história, mexendo com temas caros a uma grande metrópole:

1)   Para quem se deve governar;

2)   Transporte Público e ocupação urbana;

3)   Cidadania e urbanidade;




A Velha Mídia é Velha mesmo



Mais ainda este movimento foi fora de qualquer estrutura: Partidos, Sindicatos, entidades estudantis, mesmo os grupos que se acham “donos” do “cyberativismo” foram pegos de surpresa, entraram com o bonde andando, mas sem poder de definir nada, provando que na rede “ninguém é de ninguém”. foi espontâneo, viral, algo que já ocorreu nas revoluções no Egito, por exemplo. Os números são secundários, a mídia quer dar peso em algo que não pesa, querem desqualificar o novo, o inusitado, agem como o establishment, lembrou-me exatamente o comportamento da TV estatal egípcia que mostrava ruas vazias enquanto a Al jazeera mostrava a revolução em Tahir, exceto o portal Terra Maganize ninguém cobriu ao vivo e captou o sentido do ato.

Dezenas de articulistas da mídia tradicional queimam papel e pestana para desqualificar o inqualificável, não tem como enquadrar na lógica formal de movimento o que é o #GenteDiferenciada, que pode ser apenas uma chuva outonal ou um novo movimento político, que nasce de uma geração que não aceita caciques nem políticos, nem midiáticos, tocados por coisas concretas, que explodem sempre numa sociedade de classes e polarizada.

São sintomáticas que este novo momento decai velhas estrelas, basta ver a reacionária entrevista do Caetano Veloso, é emblemático, o velho, não de idade, mas de espírito não captar o que se passa na rede, como bem definiu a Vange Leonel ( @vleonel ): “A rede é passagem, é fluída”. Esta luta encarniçada da velha mídia, velhas formas de artes baseadas no “mando” dará lugar uma visão mais anárquica, mas muito mais crítica e radical à sociedade de consumo.

As bases de algo novo estão surgindo no mundo, na periferia, nas lan houses, na nova forma cifrada de se comunicar, de pensar a vida de forma mais simples e descomplicada. O #GenteDiferenciada é a representação deste novo, quem foi e viu sabe do que falo. Grande passo é ir aos bairros da periferia e misturar tudo num novo movimento

sábado, 14 de maio de 2011

#GenteDiferenciada: quem será?

O meu querido amigo @biosbug ( São Paulo - O Gigante se mo ) de #TeiaLivre simplesmente escreveu de forma maravilhosa tudo que tinha a falar sobre o que ele e eu sentimos ao participarmos do "Churrascão do #GenteDiferenciada". Assim vou postar apenas as fotos em complemento ao que ele fez magnificamente fez no seu post.

Nunca antes na historia este bairro aristocrático presenciou uma manifestação tão colorida e politizada, lembrando as inusitadas manifestações da Praça de Tahir que levou à queda de Mubarak. Inédito e espontâneo, convocado quase como brincadeira via Facebook/Twitter, as fotos revelam a alegria e a nova cidadania em movimento.

Na minha chegada : A polícia protege a Sacrossanta Propriedade Privada


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@mariafro e @urbeslz conversam e uma senhora do bairro que estava feliz com a manifestação"

ECAD nele!!! Camelô que Horror!!!

Carrinho Multimídia que coisa doida..somos todos baianos!!!


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#gentediferenciada e com grife na camiseta e na cabeça!!!


Também fui de Timão, #gentediferenciada é aqui!!!


"A grande Renata Falzoni (@rfalzoni ) , chamou o povo na rádio @espnestadao e veio mesmo"

"Amigas queridas presentes: @na_faixa , @urbeslz e @vleonel"

terça-feira, 10 de maio de 2011

Crônicas do Japão XVII: Kyoto IV – O caminho da Iluminação


A cidade de Kyoto combina magnificamente o passado glorioso de capital imperial por mais de 1000 anos com a preservação de seus templos de castelos com o desenvolvimento moderno, com belas avenidas, prédios novos e imponentes, dão ar a esta cidade de 1,5 milhões de habitantes.

Os posts anteriores foram dedicados aos templos históricos e marcantes, mas como falei anteriormente esta cidade tem 1200 templos suas avenidas e ruas sempre podem aparecer uma surpresa de passado medieval ao lado de prédios futuristas, convivendo lado a lado e a cultura sendo respeitada.


Esta coisa de respeitar o passado é tão impressionante que uma imensa avenida central em Kyoto de repente acaba e vira uma viela minúscula que lado a lado antigas casas medievais foram transformadas em mercado e restaurantes, uma coisa linda demais.


Vale a pena ver ainda três belíssimas edificações do passado, por sua grandiosidade e significado particular.

Heian

Heian Jingu Shrine

O castelo da dinastia Heian, fundadora da cidade, hoje conhecido como palácio das lanternas que até pouco tempo era usado como palácio de veraneio pela família imperial, tem um jardim majestoso que dizem que a própria imperatriz cuidava.

Por três séculos ele foi a sede política e administrativa do Japão, o conjunto de prédio que faziam parte do complexo era meticulosamente distribuído em salas privadas e salões de recepção que fazia uso o imperador no trato da administração pública. Num destes prédios era dedicado a residência e aposentos imperiais.

Heian Jingu Shrine Chinese Bridge

Após vários incêndios e mudanças de sede administrativa, uma parte apenas do antigo palácio foi reconstruído, dando uma visão da construção original, seu belo jardim, a combinação perfeita de flores, pedras, o lago. Causando contraste com as paredes brancas e as colunas vermelhas.

Heian Jingu Lily Pond

Nijo-Jo

Arquivo: Castle.jpg Nijo

O famoso castelo construído pelo Xogum Tokugawa no início do século XVII é uma obra de grande porte que impressiona e a engenharia, parte do complexo, são dois palácios o de Ninomaru e Honmaru, foi deslocada de outras cidades peças inteira como o pórtico gigantesco (Karamon) da entrada principal.

Arquivo: NinomaruPalace.jpg

O conjunto arquitetônico fica numa área central que ocupa 275 mil metros quadrados com 8 mil metros construídos e amplos jardins, fontes de pedras, pomares de cereja e ameixas. O mais belo destes jardins/lago é o Ninomaru, que foi delicadamente desenhado e executado por paisagistas, inclusive com o apoio de um mestre de Chá.

Arquivo: NijojoGarden3317.jpg

O pé direito é altíssimo, as obras de artes de pinturas no teto dão um tom de sofisticação aos castelos, as amplas salas de cerimoniais, como a de reuniões do xoguns com seus vassalos, a construção da hierarquia dele fica num tatame só que mais elevado, tudo detalhadamente planejado.

Arquivo: Nijojo-roka-tenjo2.jpg

O castelo foi amplamente usado como sede administrativa e política da realeza até 1939, inclusive em 1928 o imperador Hiroito foi coroado neste castelo demonstrando a sua importância para o povo japonês, o passado de glória do xogunato não foi enterrado pelo capitalismo florescente naquela época.

Arquivo: Taisehokan.jpg

Ryoan-Ji

 

O templo do Dragão em paz (Ryoan-Ji) é bem pequeno, mas de grande significado, pois é o mais famoso templo Zen do mundo. Era residência da Família Fujiwara, mas foi desapropriado após a Guerra Onin, o clã Hosokawa tomou a propriedade e mandou destruir a construção original, erguendo em seu lugar o famoso templo, que serviu de cemitério para os imperadores desta dinastia.

As sete tumbas dos imperadores Hosokawa: - Uda , Kazan , Ichijō , Go-Suzaku , Go-Reizei , Go-Sanjo e Horikawa  foram lá enterrados como símbolo da humildade após a morte. A Tsukubai (agachar) local da bacia de água que cai e o visitante se curva para lavar as mãos e boca para se purificar, o modo como foi construído obriga o gesto de semi-ajoelhar. No topo está escrito: "o que se tem é tudo que se precisa" É o ensinamento básico e anti-materialista do budismo.

Arquivo: Tsukubai2.JPG

Mas, o que mais impressiona mesmo é o jardim das pedras, uma pequena arquibancada de três batentes ao longo do jardim é o local que cada um deve se sentar e tentar ver todas as pedras de uma única vez. Só aquele que se concentra e atinge a iluminação consegue vê-las todas juntas. Esta contemplação, mais que um desafio, é a busca da reflexão, da necessidade de se abstrair do mundo material e se conectar com o etéreo. Olhamos e vemos rapidamente ao mesmo instante 14 pedras, mas a 15ª sempre nos escapa. Esta é a essência do lugar, a humildade de saber reconhecer nossos limites.


Este jardim de pedra seca é amplamente estudado, gerando vários estudos sobre eixo de simetria e eixo medial. Ao se atingir grande grau de concentração as 15 pedras formam uma imagem nova, uma projeção cerebral totalmente diferente do imaginado.

20070726_Ryoan-ji_veranda.jpg